sábado, 11 de dezembro de 2010

Vaticano se recusou a cooperar com investigação sobre pedofilia, revela WikiLeaks




O Vaticano não permitiu que seus funcionários testemunhassem e se negou a cooperar com uma comissão criada na Irlanda para investigar as denúncias de abusos sexuais contra crianças por sacerdotes de Dublin --no que se transformou em um dos maiores escândalos da Igreja Católica nos últimos anos.


Quando a Comissão Murphy solicitou informações, em 2009, "o Vaticano se ofendeu muito [...] porque viu isso como uma afronta à soberania pontifícia", afirma um documento da Embaixada dos Estados Unidos em Roma, de 26 de fevereiro deste ano.


s descobertas da comissão Murphy, publicadas em novembro de 2009, causaram comoção na Irlanda e na comunidade católica mundial, ao detalhar como as autoridades da Igreja de Dublin acobertaram sacerdotes pedófilos por três décadas.

Elaborado pela juíza Yvonne Murphy, o documento, que possui mais de 700 páginas, contém provas da existência de um esquema por meio do qual sacerdotes e autoridades policiais encobriram agressões cometidas por padres e freiras de instituições católicas irlandesas entre 1975 e 2004. Ao todo, 46 padres estão sendo investigados por denúncias de 320 vítimas.

O escândalo forçou o papa Bento 16 a convocar, em abril deste ano, os bispos da Irlanda para discutir maneiras de voltar a inspirar a confiança dos fieis.

O telegrama intitulado "Escândalos de abuso sexual afetam relações Irlanda-Vaticano, atinge a igreja irlandesa e impõe desafios para a Santa Sé" registra as observações da diplomata americana em Roma, Julieta Noyes. Ele foi publicado pelo jornal britânico "Guardian", uma das cinco publicações que obtiveram acesso antecipado aos mais de 250 mil documentos americanos vazados pelo WikiLeaks.

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, escreveu à Embaixada da Irlanda e exigiu que qualquer requerimento relacionado à investigação passasse pelos canais diplomáticos.

No telegrama, Noel Fahey, embaixador irlandês no Vaticano, disse a Noyes que o escândalo de pedofilia na igreja foi a crise mais difícil com a qual lidou. O governo irlandês queria "ser visto como cooperativo com a investigação" porque seu próprio Departamento de Educação estava implicado, mas os políticos estavam relutantes em pressionar funcionários do Vaticano para participarem dos interrogatórios.

Segundo a vice de Fahey, Helena Keleher, o governo acabou cedendo à pressão do Vaticano e deu aos seus membros imunidade do testemunho --o que ela considera ter deixado as coisas piores.




O Vaticano questionou neste sábado a credibilidade dos documentos diplomáticos americanos vazados pelo site WikiLeaks e que revelam que a Igreja Católica não quis cooperar com a investigação de pedofilia contra padres católicos na Irlanda.




"Naturalmente, esses relatórios refletem as percepções e opiniões das pessoas que os escreveram e não podem ser considerados nem como a expressão da Santa Sé, nem como citações específicas das palavras de seus líderes", afirma um comunicado do Vaticano.

O documento, publicado pelo jornal britânico "Guardian", revela que o Vaticano não permitiu que seus funcionários testemunhassem e se negou a cooperar com a comissão criada na Irlanda para investigar as denúncias de centenas de casos de abusos sexuais contra crianças por sacerdotes de Dublin --no que se transformou em um dos maiores escândalos da Igreja Católica nos últimos anos.

Segundo documento diplomático dos Estados Unidos, revelado pelo site WikiLeaks, o Vaticano argumentou que o requerimento para os depoimentos não foi feito pelos canais oficiais. O telegrama revela ainda que a Irlanda cedeu a pressão e concedeu imunidade aos membros do Vaticano.

Em seu comunicado, o Vaticano afirmou que não vai "entrar na apreciação da extrema gravidade da publicação de uma grande quantidade de documentos reservados e confidenciais e de suas possíveis consequências". "Sua credibilidade deve ser considerada com reservas e muita prudência", concluiu.

OFENSA

Quando a Comissão Murphy solicitou informações, em 2009, "o Vaticano se ofendeu muito [...] porque viu isso como uma afronta à soberania pontifícia", afirma um documento da Embaixada dos Estados Unidos em Roma, de 26 de fevereiro deste ano.

As descobertas da comissão Murphy, publicadas em novembro de 2009, causaram comoção na Irlanda e na comunidade católica mundial, ao detalhar como as autoridades da Igreja de Dublin acobertaram sacerdotes pedófilos por três décadas.

Elaborado pela juíza Yvonne Murphy, o documento, que possui mais de 700 páginas, contém provas da existência de um esquema por meio do qual sacerdotes e autoridades policiais encobriram agressões cometidas por padres e freiras de instituições católicas irlandesas entre 1975 e 2004. Ao todo, 46 padres estão sendo investigados por denúncias de 320 vítimas.

O escândalo forçou o papa Bento 16 a convocar, em abril deste ano, os bispos da Irlanda para discutir maneiras de voltar a inspirar a confiança dos fieis.

O telegrama intitulado "Escândalos de abuso sexual afetam relações Irlanda-Vaticano, atinge a igreja irlandesa e impõe desafios para a Santa Sé" registra as observações da diplomata americana em Roma, Julieta Noyes.

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, escreveu à Embaixada da Irlanda e exigiu que qualquer requerimento relacionado à investigação passasse pelos canais diplomáticos.

No telegrama, Noel Fahey, embaixador irlandês no Vaticano, disse a Noyes que o escândalo de pedofilia na igreja foi a crise mais difícil com a qual lidou. O governo irlandês queria "ser visto como cooperativo com a investigação" porque seu próprio Departamento de Educação estava implicado, mas os políticos estavam relutantes em pressionar funcionários do Vaticano para participarem dos interrogatórios.

Segundo a vice de Fahey, Helena Keleher, o governo acabou cedendo à pressão do Vaticano e deu aos seus membros imunidade do testemunho --o que ela considera ter deixado as coisas piores.

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