terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Chefões da Assembleia de Deus protagonizam escândalo e vão às barras dos tribunais por domínio de 'propriedade' em Lagoa Seca

Para vos envergonhar o digo: Não há entre vós nem mesmo um que possa julgar entre seus irmãos? Mas o irmão vai a juízo com o irmão, e isto perante infiéis. Na verdade, é já realmente uma falta entre vós terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano? Mas, vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos irmãos”. (I Coríntios 6: 5-8)

Em sua primeira carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo condenou veementemente a existência de dissensões que extrapolavam a comunidade da igreja, sendo levados ao juízo secular. Passando por cima destas e de outras considerações do Evangelho, os novos chefões da Assembleia de Deus de Campina Grande (que agora é presidida pelo pastor Daniela Nunes) acionaram a justiça para tomar de volta uma congregação localizada em Lagoa Seca, que era subordinada ao templo central do bairro da Prata.

Com a mudança no comando da Assembleia de Deus, os novos chefões resolveram trocar o pastor da igreja de Lagoa Seca, tirando de lá Epitácio Ramos da Silveira, que dirige a denominação há mais de uma década. A razão (que, em bastidores, pessoas da igreja confirmam): a congregação é uma das que mais arrecada com dízimos e ofertas dos membros. A decisão provocou um racha, de modo que alguns membros passaram a defender que o pastor não deixasse a congregação, e ele decidiu ficar, rebelando-se contra a cúpula.

Resultado: o departamento jurídico da igreja sede entrou com recurso na justiça, que determinou a reintegração de posse. Inconformados, membros da congregação de Lagoa Seca favoráveis ao pastor Epitácio resolveram acampar na rua em frente ao templo. Ainda assim, oficiais de justiça conseguiram notificar o pastor. Cabe recurso da decisão judicial, e os irmãos pró-Epitácio ameaçam ficar acampados até que a sentença seja revertida.

Quem tem ou não razão nessa briga, é irrelevante. A verdade dos fatos é que estes homens, que se apresentam como ministros do Evangelho, descaradamente tripudiam deste mesmo Evangelho que professam conforme bem os convêm. A despeito da verborragia que alardeiam com discurso mal travestido de piedade, agem na ânsia pelo poder, pelas benesses seculares, vivendo, por isso mesmo, numa incessante guerra uns com os outros. E uma guerra sem limites.

E vivem sob o manto da complacência da maioria, já que, via de regra, por ignorância, covardia ou interesse próprio, as pessoas (membros) silenciam, num gesto cúmplice e, por isso mesmo, igualmente cretino. Por onde andará o martelo de Martinho Lutero? A igreja precisa de uma nova reforma, daquelas que derrubam e começam de novo.

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