Em sua primeira carta aos
Coríntios, o apóstolo Paulo condenou veementemente a existência de
dissensões que extrapolavam a comunidade da igreja, sendo levados ao
juízo secular. Passando por cima destas e de outras considerações do
Evangelho, os novos chefões da Assembleia de Deus de Campina Grande (que
agora é presidida pelo pastor Daniela Nunes) acionaram a justiça para
tomar de volta uma congregação localizada em Lagoa Seca, que era
subordinada ao templo central do bairro da Prata.
Com a mudança no comando da
Assembleia de Deus, os novos chefões resolveram trocar o pastor da
igreja de Lagoa Seca, tirando de lá Epitácio Ramos da Silveira, que
dirige a denominação há mais de uma década. A razão (que, em bastidores,
pessoas da igreja confirmam): a congregação é uma das que mais arrecada
com dízimos e ofertas dos membros. A decisão provocou um racha, de modo
que alguns membros passaram a defender que o pastor não deixasse a
congregação, e ele decidiu ficar, rebelando-se contra a cúpula.
Resultado: o departamento
jurídico da igreja sede entrou com recurso na justiça, que determinou a
reintegração de posse. Inconformados, membros da congregação de Lagoa
Seca favoráveis ao pastor Epitácio resolveram acampar na rua em frente
ao templo. Ainda assim, oficiais de justiça conseguiram notificar o
pastor. Cabe recurso da decisão judicial, e os irmãos pró-Epitácio
ameaçam ficar acampados até que a sentença seja revertida.
Quem tem ou não razão nessa
briga, é irrelevante. A verdade dos fatos é que estes homens, que se
apresentam como ministros do Evangelho, descaradamente tripudiam deste
mesmo Evangelho que professam conforme bem os convêm. A despeito da
verborragia que alardeiam com discurso mal travestido de piedade, agem
na ânsia pelo poder, pelas benesses seculares, vivendo, por isso mesmo,
numa incessante guerra uns com os outros. E uma guerra sem limites.
E vivem sob o manto da
complacência da maioria, já que, via de regra, por ignorância, covardia
ou interesse próprio, as pessoas (membros) silenciam, num gesto cúmplice
e, por isso mesmo, igualmente cretino. Por onde andará o martelo de
Martinho Lutero? A igreja precisa de uma nova reforma, daquelas que
derrubam e começam de novo.
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